quarta-feira, junho 30, 2010

Zelf 2º

Zelf 
2º Capitulo

         

As lagrimas escorriam dos olhos de Zelf, suas mãos estavam tremulas, mal respondiam aos seus comandos, não sentia medo, mas uma profundo desejo de vingança. Era criança na época, não podia fazer nada. Aquele homem a que tirara a vida de seu pai, diante dos seus olhos. Durante muito tempo alimentava aquele sentimento de angustia, que não o permitia dormir, sem antes rever lapsos de memória daquele dia negro. Mas ele tinha a sua mãe a quem sempre lhe deu apoio a superar aquele fato grotesco. Ela sempre não demonstrava infelicidade, apesar de sentir muitos traumas que por amor a seu filho não os deixava transparecer. Mas agora Zelf já era um jovem, estava mais forte, tinha se tornado um homem, e pensava ela que ele não se lembrara, com detalhes daquele triste fato.
Era manhã, Zelf calça suas botas de couro leva na cintura uma adaga, que herdara de seu querido pai, e segue em direção a casa de Morris. Caminha como quem tem objetivo a cumprir, passos firmes. Tinha postura de quem estava feliz por uma coisa que estava prestes a se realizar.
Logo quando passa daquela velha porteira, avista morris com sua inseparável bengala, que ao longe já exclama:                                                                                                                                 
-Demorou muito!
Zelf sempre com seu jeito tímido responde;
-Desculpe senhor.
Morris faz um gesto com a cabeça, indicando uma trilha, que os dois deveriam seguir. Caminharam durante uns vinte minutos, em um caminhar lento, enquanto isso Morris tentava descobrir um pouco sobre aquele jovem, descobrir qual era o seu temperamento e o por que desse desejo de saber manejar armas. Enquanto falavam, Morris aponta com a sua bengala para um galho que havia caído de uma arvore e fala:
-Apanhe este galho rapaz e leve-o.
Zelf sem entender muito, tira sua adaga e corta os ramos daquele galho curvo, que tentava descobrir o porque de levá-lo. Ele pergunta:
-Senhor, pra que servirá este galho?
Morris responde, com uma leve risada:
-Logo saberá meu rapaz
“Ele é puro, e educado”, pensa morris. Depois de caminhar mais um pouco tomam outra trilha onde passam pelas terras, onde o trigal amarelo se estende até o pé de uma pequena montanha, onde frondosas arvores balançam com o movimento do vento, e logo chegam ao casebre de Morris novamente.
Morris pega algumas ferramentas rústicas e começa a transformar aquele feio galho de teixo, em um bonito arco de modelo inigualável. Ele coloca a corda, ajusta o tensionamento, e sua face produz um sorriso de aprovação, coloca uma flecha e com um movimento rápido dispara uma flecha contra uma macieira, onde duas bandas de maçã caem quase na cabeça de Zelf. Ele sorri com a cara de espanto do rapaz, e pergunta:
-E então vamos começar?
Zelf responde que sim, e então Morris lhe entrega a arma, e diz:
-Isso é uma arma, não se deve brincar com isso... Ela pode matar qualquer ser humano. Deve ser usada com leveza e ao mesmo tempo com rapidez. 
Então, morris improvisa um alvo de madeira, e ensina passo por passo, postura, posição das mãos e pés e outras coisas mais. O rapaz erra muitas vezes, mas, aprende rápido as lições, e não para. Com tudo isso Morris, sente uma alegria imensa brotando dentro de si, deixa cair uma pequena lagrima, sorri com aquele rapaz que por um instante parecia ser seu filho...
(Continua...)

terça-feira, junho 29, 2010

Zelf 1º

Zelf
1º Capitulo

 


Era noite quando o velho aldeão, ainda contava suas longas histórias e mitos, tinha um semblante alegre, apesar de sua idade, sabedoria contida nas suas sabias histórias, e os grandes que ali ouviam, tinham plena certeza que era pura imaginação de um velho que toda noite vinha ao centro da pequena cidadela, pra expressar seus contos. Ele era alto de um tipo físico forte, tinha sutileza ao falar, a fogueira no centro realçava a sua demonstração de gestos, as vezes com um pouco de humor, que na verdade narravam fielmente o decorrer de uma batalha, travada a muito tempo atrás. Tinha cabelos longos que se estendiam até os ombros, sua barba era bonita mas parecia que à meses não tinha sido feita, escondia um sorriso contido, ao perceber que um jovem o observava seus gestos aos mínimos detalhes. Empunhava sua bengala simulando uma espada, cujos gestos pareciam ser de alguém que sabia manejar espadas, mas atrapalhados por um ferimento no seu pé esquerdo, causado por sua foice de cortar trigo. Mesmo assim travava uma linda batalha com sua bengala contra o vento, que parecia honrar aquele velho guerreiro, lançando seus cabelos de forma aleatória, conforme suas esquivas e ataques enferrujados eram sendo demonstrados. Mal imaginavam as pessoas que ali ouviam, que esse senhor de barba e cabelos brancos, que mal sabia usar uma foice de cortar trigo, foi um grande herói do seu tempo.
           Já era conhecido em toda cidadezinha,aquele contador de histórias de nome Morris, que em um dia de inverno apareceu na cidade, montado em um cavalo negro, trazia poucas coisas e algum dinheiro, que logo comprou uma pequena porção de terra no arredor da cidade, e lá com a ajuda de seu cavalo, e com o pagamento de alguns trabalhadores, produz trigo para venda. Na sua pequena propriedade possui um casebre, com pouca mobília, conseguida com seu humilde trabalho, morava sozinho, não contava muito sobre
sua vida passada, apenas contos que todos pensavam ser de sua criatividade.
    Numa tarde estava Morris, acendendo o fogo de seu humilde fogão, com alguns gravetos e palha seca, quando sente uma presença estranha no exterior de sua casa, ele deixa o fogo de lado e procura saber quem é. Faz um movimento sutil com a bengala procurando abrir a porta, e lentamente surge diante dos seus olhos, um corpo franzino e jovem de pele clara, olhos azuis trazia um leve sorriso estático, vestia as roupas comuns as pessoas da cidade, uma calça velha e uma camisa longa surrada, então ele fala:
-Olá, senhor!
Morris, com um pequeno entusiasmo responde:
-Olá, rapaz...!entre.
O jovem entra, Morris lhe oferece um acento, se encosta numa pequena mesa e ao mesmo tempo pergunta:
-O que me faz receber tão nobre visita?
O jovem meio envergonhado e atônito:
é...era sobre sua arte... queria que me ensinasse...
Morris lembrou-se que era o mesmo rapaz que lhe observava enquanto narrava suas histórias de batalha, depois de pensar um pouco
Ele indaga:
-O que te faz pensar que sei de alguma arte?
Ele responde:
-O senhor conta muitas histórias...então deve saber ensinar...
Morris pensa, sorri, depois de acariciar sua barba e pensar um pouco, responde:
-Acho que não deveria te ensinar...Qual seu nome rapaz?
Ele responde meio transtornado:
-Zelf, Senhor.
Morris, lembra-se de quando era jovem e desejava da mesma forma aprender a arte de um guerreiro e sua espada, ter nas mãos uma espada
e poder assim usá-la. Ele responde confuso:
-Volte amanhã, amanhã te direi se posso ou não te ensinar.
Zelf concorda, já com um sorriso enorme no rosto, os dois se despedem... Morris se põe a pensar...

(Continua...)


quinta-feira, junho 24, 2010